Conversando com o Povo de Deus (469)
por Dom Irineu Wilges, Bispo referencial da Pastoral da Ecologia da CNBB Sul 3
Continuando a síntese por artigos da Mensagem do Papa Bento XVI: "Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação" (continuação 3)
por Dom Irineu Wilges, Bispo referencial da Pastoral da Ecologia da CNBB Sul 3
Continuando a síntese por artigos da Mensagem do Papa Bento XVI: "Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação" (continuação 3)
Continuando a síntese do Papa Bento XVI por artigos - 10. Para uma gestão globalmente sustentável do ambiente e dos recursos da terra, é necessário uma “nova solidariedade”, uma “solidariedade global”. Isso se torna evidente entre a forte luta contra a degradação ambiental e a promoção humana integral. É preciso encorajar a ciência a fornecer soluções satisfatórias, entre elas está à pesquisa da grande potencialidade da energia solar. Encorajá-la a desenvolver a pesquisa também sobre a questão da água. É preciso procurar estratégias de desenvolvimento rural, centrado nos pequenos cultivadores; a elaborar políticas idôneas para a gestão das florestas e o tratamento do lixo. É necessário sair da lógica do consumo para promover formas de produção que respeitem a criação e satisfaçam as necessidades de todos.
A questão ecológica deve ser enfrentada não apenas por causa das pavorosas conseqüências, mas deve ser principalmente inspirada pelos valores da caridade, da justiça e do bem comum. A técnica nunca é simplesmente técnica, assim ela se deve inserir no mandato de cultivar e guardar a terra.
11. Diante da degradação ambiental torna-se indispensável uma real mudança de mentalidade, que induz a novos estilos de vida, nos quais o verdadeiro, o belo e o bom, a comunhão com os outros determinam as opções do consumo, da poupança e do investimento. Deve-se educar para a paz a partir desta opção. Todos somos responsáveis pela produção e o cuidado da criação. É preciso que cada um se comprometa a não permitir que se imponham os interesses particulares. É preciso que a sociedade civil e as ONGs se empenham nesta sensibilização, de maneira especial a mídia, que deve propor modelos positivos. É necessário uma visão global, que deixando de lado a visão local, nacional, abraça a todos os povos. Neste contexto, alargado, é desejável que se apóie o esforço pelo desarmamento e um mundo sem armas atômicas.
12. A Igreja tem a sua parte de responsabilidade pela criação por isso sentem-se na obrigação de defender a terra, a água e o ar, dádivas do criador para todos e antes de tudo para o ser humano.Não se pode pedir aos jovens que respeitem o ambiente se não são ajudados a respeitar a si mesmos. O livro da natureza é único: ambiente e a ética. Encorajo por isso a educação para salvaguarda de uma autêntica “ecologia humana”, que afirma a inviolabilidade da família, onde se educa para o amor ao próximo e à natureza.
13. Não se pode esquecer o fato de que muitos sentem tranqüilidade e paz no contato com a beleza e a harmonia da natureza. Quando cuidamos da criação, Deus através dela cuida de nós. Uma visão correta impede absolutizá-la ou de considerá-la mais importante que a pessoa humana. A Igreja exprime perplexidade diante da concepção ecocentrista e biocentrista, que elimina a diferença ontológica e axiológica entre a pessoa humana e os outros seres vivos. A Igreja convida ao equilíbrio: o homem tem o papel de guarda e administrador da criação, sem abusar nem abdicar do mesmo. A posição contrária acaba num grave atentado à natureza e à dignidade humana.
14. “Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação”. A busca da paz será facilitada pelo reconhecimento da relação indivisível entre Deus, os seres humanos e a criação inteira. Os Cristãos prestam a sua contribuição considerando o cosmos à luz da obra de Deus Pai e redentora de Cristo, que pela morte e ressurreição reconciliou com Deus todas as criaturas. Este concedeu à humanidade o dom de seu Espírito, que guia o caminho da história à espera do regresso glorioso de Cristo, inaugurando novos céus e nova terra, onde habitará a justiça e a paz para sempre. Assim proteger o ambiente e construir a paz é uma oportunidade de entregar às novas gerações um mundo melhor. Que os dirigentes das nações sejam cientes que a criação e a paz estão interligadas. “Por isso, convido a todos os crentes que elevem a sua oração a Deus, que seja acolhido e vivido o premente apelo: “Se quiseres cultivar a paz, preserva criação”. Mensagem do Papa Bento XVI para o dia internacional da paz e da fraternidade universal, dia 1º de janeiro de 2010, dado no Vaticano, dia 08/12/2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário