terça-feira, 14 de maio de 2013

Semana de Oração para a Unidade dos Cristãos 2013


O que Deus exige de nós?”. Este é o tema da SOUC - Semana de Oração para a Unidade dos Cristãos, edição 2013, que acontece entre os dias 12 e 19 de maio. Inspirado em Miquéias 6:6-8, o material foi todo preparado pelo Movimento de Estudantes Cristãos da Índia, com a consultoria da Federação de Universidade Católica de Toda a Índia e do Conselho Nacional de Igrejas na Índia. O CONIC, por sua vez, se encarregou de produzir todo o material que será utilizado por igrejas e movimentos ecumênicos. No processo de preparação, enquanto se refletia sobre o significado da Semana, ficou decidido que, num contexto de injustiça em relação aos dalits na Índia e na Igreja, a busca pela unidade visível não poderia estar dissociada do desmantelamento do sistema de castas e do apelo às contribuições para a unidade dos mais pobres. Leia mais no site do CONIC.
Clique AQUI para ler a Carta Aberta do Bispo Diocesano da Diocese Meridional, da IEAB, Dom Humberto Maiztegui Gonçalves, na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - 2013

domingo, 7 de abril de 2013

XV Assembleia Geral do CONIC


XV ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DO CONSELHO NACIONAL DE IGREJAS CRISTÃS DO BRASIL – CONIC
Que modelo de Estado? Perspectivas sociológicas, teológicas e bíblicas

Documento Final
Nos dias de 08 a 10 de março de 2013, realizou-se a XV Assembleia Geral Ordinária do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC, no Instituto Pio XI, em São Paulo. A Assembleia contou com 51 participantes, incluindo delegados das Igrejas que formam o CONIC, representantes das organizações ecumênicas regionais do CONIC e delegados das entidades ecumênicas fraternas. O tema central de estudos foi a pergunta: “Que modelo de Estado? Perspectivas sociológicas, teológicas e bíblicas”. A Assembleia refletiu sobre o que se entende por Estado, qual a relação do Estado com a sociedade civil e como deve ser a relação entre o Estado e as Igrejas e religiões. Também foi abordada a questão do significado da presença e da ação das Igrejas e das religiões na sociedade brasileira.  

Clique AQUI para ler o Documento Final na íntegra

sexta-feira, 22 de março de 2013

Ano Internacional de Cooperação pela Água

Por Pilato Pereira
A Organização das Nações Unidas, ONU, declarou 2013 como o Ano Internacional de Cooperação pela Água, com o objetivo de conscientizar sobre a importância e necessidade de cooperação para o manejo dos recursos hídricos que já são limitados diante de uma demanda em rápido crescimento. De acordo com a UNESCO, 145 países compartilham uma grande bacia hidrográfica com pelo menos mais uma nação. Pois, este fato é motivo suficiente para que a questão da água seja tratada mundialmente numa ótica de cooperação. 
Durante o Ano Internacional de Cooperação pela Água deverão ocorrer ações que destacam as iniciativas de sucesso em cooperação pela água e, certamente, serão trabalhados temas importantes como educação ambiental com foco na água, diplomacia sobre a água, gestão da água em regiões de fronteiras, cooperação financeira, entre outros.
O presidente do Conselho Mundial de Água é o brasileiro Benedito Braga, que iniciou sua gestão em 2013 preocupado com o fato de que existem no mundo 271 bacias hidrográficas com rios que estão compartilhados por mais de um país. Sendo que em muitos lugares a questão já virou assunto de segurança política, como no caso do Rio Nilo, que é compartilhado por nove países. A ONU pretende com esse tema incentivar o lado bom disso, que é a cooperação entre os povos.
No Brasil temos diversos rios em que as águas estão compartilhadas com outros países, como por exemplo, o Amazonas, que tem sua origem no sul do Peru e deságua no Oceano Atlântico, no norte brasileiro. As águas do Amazonas banham diretamente Peru, Colômbia e Brasil. Mas a bacia amazônica abrange terras de vários países da América do Sul, como Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Bolívia e Brasil. Também temos o rio Uruguai que abrange Argentina, Uruguai e Brasil, o rio da Plata que está no Brasil e Argentina, o rio Paraguai que envolve Argentina, Brasil, Bolívia e Paraguai. E dentre tantos outros casos de rios, também temos na América do Sul o caso do Aquífero Guarani, que abrange territórios da Argentina, do Brasil, Paraguai e Uruguai. 
Embora sejam usados para definir territórios, percebemos que os cursos d’água não têm fronteiras. Por onde passam, as águas servem a todos e todas, independentemente da nacionalidade. Pois, os rios são do mundo, da humanidade e assim como suas águas servem a todas as formas de vida em diferentes territórios e diversos povos, elas deveriam ser cuidadas de forma comum, através da cooperação das nações. Ou seja, os países deveriam se unir para cuidar da Água, que é patrimônio da humanidade e direito de todos os seres vivos.
Neste Dia Mundial da Água, 22 de março, mencionando que 2013 é o Ano Internacional de Cooperação pela Água, não podemos reivindicar o cuidado global deste bem comum, se não nos preocuparmos com as situações locais. É importante lembrar que os países devem se unir para cuidar de suas águas, mas é uma necessidade premente dar maior atenção aos arroios, fontes, nascentes, riachos, rios que estão perto de nós. Vamos unir nossas vizinhanças para cuidar da Água mais perto de nossas casas e que fazem parte do nosso cotidiano. Pois, assim, também através do exemplo, estaremos reivindicando que os países do mundo todo levem a sério o Ano Internacional de Cooperação pela Água.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Blog SOS Rios do Brasil completa 5 anos de luta


HÁ 05 ANOS  “LUTO PELOS RIOS DO BRASIL”
Prof. Jarmuth Andrade*

O Blog SOSRIOSBR completa neste próximo 28 de fevereiro, cinco anos de lutas pela recuperação, preservação e valorização dos cursos d’ água de superfície e subterrâneas de nossas bacias hidrográficas e também pelas águas marinhas do nosso imenso litoral brasileiro.
A bem da verdade, são 05 anos de “verdadeiro luto” por nossas maltratadas águas que, infelizmente, a cada ano estão ficando cada vez mais poluídas, contaminadas, desrespeitadas e com poucas perspectivas de melhoras, conforme comprovam as publicações de sérios e confiáveis estudos, pesquisas e estatísticas de importantes Institutos, Fundações, ONGs e OSCIPs, bem como dos Atlas e Relatórios de órgãos governamentais.
Ao utilizarmos este título com duplo sentido, nesta postagem de aniversário, declaramos que lamentamos muito e deploramos as ocorrências prejudiciais aos cursos d’ água de nossas bacias hidrográficas e nas praias e correntes marítimas do Oceano Atlântico, tais como:
a)  O lançamento cada vez maior dos esgotos sem tratamento;
b)   A permissão irregular e/ou a omissão na fiscalização do uso do mercúrio nas minerações fluviais (muitas clandestinas);
c)  A falta de ações eficazes contra os lixões e aterros irregulares de resíduos sólidos que contaminam os cursos d’água e aquíferos, num número elevado de comunidades;
d)  O desinteresse e falta de capacidade dos governos municipais e estaduais na execução correta dos projetos e obras de saneamento básico, para uso das verbas disponíveis no PAC1, PAC2, PLANASA, FAE, SANEAMENTO PARA TODOS, SUAE, FUNASA e outros Projetos Federais dos quais, menos de 50% têm sido utilizados;
e)  A destruição sistemática e intensa das florestas e matas ciliares (com fogo, invasões, ocupações irregulares, especulações imobiliárias, estradas e projetos governamentais) deixando de proteger os cursos d’água e reservatórios subterrâneos, provocando assoreamentos dos leitos e pior qualidade das suas águas;
f)   A FALTA DE INTERESSE e orientação eficaz das comunidades na defesa e na cobrança do cumprimento das Leis Ambientais, na proteção das águas de suas bacias hidrográficas, com pouca participação nos Comitês de Bacias Hidrográficas, nas ONGs e OSCIPs ambientais, nos grupos, projetos e redes de defesa dos recursos hídricos;
g)  O uso cada vez maior (e praticamente não fiscalizado) de agrotóxicos e venenos na agricultura, que provocam contaminação do solo, das águas de superfície e subterrâneas, provocando muitos danos na saúde pública.
Certamente não somos o maior e nem o melhor Blog Ambiental atuando na defesa e promoção das águas dos rios e do Oceano no Brasil, e nosso pequeno trabalho – leigo, voluntário, sem nenhum tipo de incentivo, doação, patrocínio ou verba financeira, buscando a revitalização das nossas bacias hidrográficas – tem, ao longo desses cinco anos de vida, conseguido conscientizar milhares de pessoas, que atuam como multiplicadores e orientadores em muitas comunidades, que estão preocupadas com a qualidade de suas águas e com a destruição dos seus rios!
Agradecemos sinceramente aos nossos seguidores, visitantes diários, divulgadores, colaboradores voluntários, parceiros, críticos, redes e grupos ambientais e às nossas valorosas amigas colaboradoras: Profª Clarice Villac e Profª Ivana Maria França de Negri, que atualmente comandam o Blog, em nossa ausência, bem como aos valorosos multiplicadores de nossas Campanhas Comunitárias, pela grande ajuda nestes cinco anos de lutas do SOSRiosBr.
Por tudo que tem feito e por tudo que tem conseguido, principalmente na mudança de atitudes em centenas de comunidades, que têm demonstrado maior interesse por seus cursos d’ água, o Blog SOSRiosBr seguramente pode afirmar sem medo de errar: “luto pelos rios do Brasil”... e essa luta tem valido muito a pena!!! Nossos rios do Brasil, agradecem!
Obrigado a todos que nos têm apoiado ao longo desses cinco anos!

*Prof. Jarmuth Andrade - Físico, Ambientalista e Blogueiro
BLOG SOS RIOS DO BRASIL 
ÁGUA - QUEM PENSA, CUIDA!

domingo, 17 de fevereiro de 2013

CARTA DA 36ª ROMARIA DA TERRA


Aproximadamente 12 mil pessoas participaram da 36ª Romaria da Terra em Bento Gonçalves nesta terça-feira de carnaval, na sede da ABCTG (Associação Bentogonçalvense da Cultura Tradicionalista Gaúcha). Organizada pela diocese de Caxias do Sul, paróquia Santo Antônio de Bento Gonçalves, CNBB Sul 3 e Comissão Pastoral da Terra (CPT/RS), a romaria teve como tema “Terra, vida e cidadania” e o lema “Terra e cidadania: princípios do bem querer”. 
Os romeiros e romeiras foram recepcionados por muita animação e durante a romeira receberam pães, uvas, ameixas e outras frutas, simbolizando a produção de alimentos saudáveis, sem venenos. Além da tradicional presença do ex-governador Olívio Dutra, a Romaria também contou com a participação do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, que ouviu dos romeiros o pedido de mais atenção à agricultura familiar.

CARTA DA 36ª ROMARIA DA TERRA
Tema: TERRA, VIDA E CIDADANIA
Lema: Terra e Cidadania, princípios do Bem Viver
Em cada Romaria da Terra, sempre tem uma palavra de acolhida, com muitas ideias e temas para debater antes, durante e depois. E no final da Romaria também sempre vai uma palavra companheira para acompanhar o povo romeiro e lembrar que é preciso continuar a caminhada de fé e esperanças, de sonhos e de lutas em favor da vida.
E aqui vai uma palavra inspiradora, a Carta da 36ª Romaria da Terra, que romeiros e romeiras, como Povo de Deus, levam para suas Comunidades. Nessa Carta vai o afeto, a ternura, a graça e a paz de Jesus Cristo que vivenciamos nesta Romaria, uma experiência de fé que nos anima a continuar testemunhando o bem viver, defendendo a Terra, a Vida e a Cidadania.
Estamos em Bento Gonçalves, Serra Gaúcha, terra prometida de muitos migrantes, aqui nos reunimos partilhando o pão e o vinho e celebramos nossa caminhada, reafirmando os princípios do bem viver e nossas convicções na construção de uma sociedade justa, solidária e sustentável.
A TERRA é sagrada, lugar de convivência, onde acontecem as relações de vida, trabalho e cidadania entre pessoas e a natureza. Denunciamos a sua concentração, o agronegócio, a violência no campo, o trabalho escravo, o envenenamento da terra, da água e das pessoas, a destruição da biodiversidade, o monopólio das sementes e da tecnologia e a falta de políticas públicas adequadas para a agricultura familiar e camponesa. Por isso, reafirmamos nosso compromisso de lutar pela partilha da terra e pela reforma agrária, transformando a terra num meio de produção agroecológico, onde as boas práticas agrícolas e de consumo sejam assumidas e respeitadas e, um dia, verdadeiramente livre dos venenos e da ambição do latifúndio e do agronegócio.
A VIDA é o grande milagre do nosso Deus Criador, Libertador e Doador dos Dons de justiça, paz e sustentabilidade. Por isso, denunciamos a degradação da vida, o individualismo, o envenenamento e a destruição dos recursos naturais. Assumimos o desafio de promover,preservar, defender, cuidar e celebrar a vida em todas as suas formas e possibilidades, viver e deixar viver.
A CIDADANIA é um desafio constante, uma construção da vida toda que nunca esta completa, sempre carregada de beleza e de compromissos com as causas da libertação e da liberdade, da dignidade, da justiça e do bem comum. Denunciamos os meios que não geram cidadania plena como: as opressões, os monopólios econômicos e políticos, a politicagem, as injustiças, a negação dos direitos e da liberdade. Assumimos a promoção da cidadania permanente, solidária, ativa, autora e transformadora gerada a partir da cooperação, da solidariedade, da terra, do cuidado e da participação plena e efetiva de todas as pessoas nos processos decisórios da vida em sociedade.
Saímos dessa 36ª Romaria da Terra, com o desejo mais forte de viver o exemplo do jovem Jesus de Nazaré, nosso Deus que se fez cidadão do mundo. E, hoje, com sua Palavra, nos desafia e nos fortalece para o resgate da cidadania do bem viver, onde a Vida na Terra seja plena de justiça e paz.

Bento Gonçalves, 12 de fevereiro de 2013.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Irmão Cechin: aos 85 anos, o profeta dos catadores ainda está disposto a lutar

Comprometido com a causa dos catadores
e carroceiros, irmão marista critica governo,
movimento tradicionalista
e conservadorismo na Igreja Católica
Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Rachel Duarte - Sul21
Este ano ele completa 86 anos de vida. Apaixonado pelos pobres e dedicado integralmente a fazer o bem por meio do empoderamento dos cidadãos, sem assistencialismo. Em longa entrevista ao Sul21, o irmão marista Antônio Cechin falou sobre as atividades que influenciaram uma geração de militantes no Rio Grande do Sul e no Brasil. A conversa foi no apartamento onde vive com a irmã Matilde, uma fiel companheira de lutas, na mesma sala de onde, em duas oportunidades, foi retirado por agentes da ditadura militar e levado para a tortura no DOPS. “Ainda bem que esta entrevista não está acontecendo naquela época, em que nada poderia ser dito”, disse no começo da conversa.
Reticente em conceder a entrevista a princípio, Irmão Cechin acabou concordando em seguida, dizendo estar falando “em nome do bem dos catadores”. Conhecido nacionalmente como uma espécie de profeta da ecologia, devido ao pioneirismo com as unidades de reciclagem no país, ele fala que “geralmente os que defendem os pobres não são ouvidos” pela grande imprensa. Desde a água da torneira fornecida à reportagem, até as vezes em que parou a conversa para atendimentos de catadores envolvidos no projeto Ecoprofetas, que administra com apoio da Petrobras, Irmão Cechin se mostrou um homem humilde e devoto, além de profundamente dedicado aos movimentos populares.
Um dos fundadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), criador da Romaria da Terra e da Romaria das Águas e idealizador da missa em honra a Sepé Tiaraju, ele contou sobre a incompreensão de sua própria congregação quanto a sua filosofia religiosa. “Nós temos na Igreja a última monarquia do mundo. O Papa como o único Deus da verdade absoluta, que não divide o poder. Esta igreja não é a que existe na América Latina”, disse.
Atualmente, Irmão Cechin luta pela recuperação dos 18 galpões de reciclagem que construiu com apoio da Igreja durante os governos do PT em Porto Alegre. Ele denuncia um suposto descaso da atual gestão municipal e responsabiliza também a “burguesia despolitizada”, que não possui consciência ambiental para respeitar os catadores ou começar, em suas próprias casas, as mudanças pelo meio ambiente saudável. “Não só o governo, é toda a sociedade que não tem consciência. Há um preconceito das pessoas com os catadores, principalmente das que moram perto das unidades de reciclagem, que se isolam com muros e grades como se estas pessoas fossem lixo”.
Clique AQUI e leia a entrevista no site Sul21

Eduardo Galeano - Mundo al Revés