sábado, 26 de novembro de 2011

1ª Bicicletada Herdeiros de Sepé

HOUVE ALTERAÇÃO NO ROTEIRO DA
BICICLETADA:

SÁBADO - 26/11/11 - ......................Início – 14 h Final da Estrada da Barca/Rua Maria Isabel/Rua José Veríssimo/Rua República/Rua Coronel Vicente/Rua Dr. Barcelos/Viaduto Metrovel /Av. Inconfidência/Av. Santos Ferreira

15h30m - Parada fonte Dona Josefina/ Av. Santos Ferreira/Rua Santa Maria/Rua Bandeirantes/Rua Fernando Abott

16h45m Parada na FAUERS – Lanche/Apresentação/Fernando Abott/Rua Bandeirantes/Rua Santa Maria/Av. Santos Ferreira/Av. Inconfidência/Metrovel/Dr. Barcelos/Araçá/República/Rua Sem Nome/Maria Isabel/Estrada da Prainha Paquetá/........................Acampamento

DOMINGO - 27/11/11
6 horas - Alvorada /Estrada da Prainha/Maria Isabel/Rua Sem Nome/Rua Roberto FCO Behrends

8 horas - Parada no Arroio Araçá - Rua do Aterro com a Av. Irineu de Carvalho, divisa entre os Bairros Mato Grande e Fátima/1° Parada Rua Roberto Fco. Behrends ( plantio de arvores) /Rua Roberto FCO Behrends/Rua República/ Rua José Veríssimo/ 2° parada centro das comunidades/ Rua Maria Isabel /Estrada da barca /3° parada capela N S de Fátima/ ....................................................Encerramento.

Tendo ou não bicicleta você pode participar!

ESCOLHA ALGUM MOMENTO OU PARTICIPE EM TODO O ROTEIRO!!!

'O trinômio economia, saúde e ecologia, está diretamente ligado a vida de quem usa muito a bicicleta.

Melhoramos a vida de todos nós e também do nosso meio-ambiente.'


Veja o projeto aqui: http://arroioaraca.blogspot.com/2011/11/projetos-herdeiros-de-sepe-tiaraju-e.html

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Síntese da audiência pública preparatória para a Rio+20, dia 21/11/2011, na Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa - RS

"Seremos protagonistas na Rio+20" (Deputada Marisa Formolo)

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente realizou, nesta segunda-feira (21), audiência pública preparatória para a Rio+20.A Conferência marca o 20º aniversário da Rio 92 (ou Eco 92). Na Rio+20 será feito um balanço do ciclo de conferências da ONU, iniciado com a Rio 92, incluindo conferências sobre população, direitos humanos, mulheres, desenvolvimento social e a agenda urbana. Além disso, em 2012 o Protocolo de Kyoto terá chegado ao seu limite de vigência. A Rio + 20 se propõe a debater três questões: avaliação do cumprimento dos compromissos acordados na Rio 92, economia verde e arquitetura institucional para o desenvolvimento sustentável.

A audiência foi conduzida pela deputada Marisa Formolo, presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, que abriu o encontro explicandoque “o processo de deterioração acelerada dos recursos naturais e do próprio planeta acaba gerando várias crises que colocam o futuro da humanidade em perigo, e nós, da Comissão de Saúde, vamos ser protagonistas neste debate”. Marisa observou que o objetivo da audiência é levantar um conjunto de temas que afetam o meio ambiente gaúcho e condensá-los em um documento a ser entregue na Cúpula dos Povos da Rio +20.

Relatos de Violações dos Direitos Ambientais e Sociais

Representando o povo das Ilhas do Guaíba e dos galpões de reciclagem, o Ir. Antônio Cecchin tratou da grave situação do lixo no mundo e a atuação dos catadores e recicladores. Cecchin explicou que a produção de lixo cresce seis vezes mais do que a população e que, neste ritmo, “o lixo vai inviabilizar a sociedade humana”. Ele informou que existem 1,5 milhão de catadores no Brasil, responsáveis por 98% da reciclagem de lixo e que apenas 2% são reciclados pelas políticas de coleta seletiva do poder público. Cecchin destacou a importância dos catadores na preservação ambiental “os catadores são os profetas do meio ambiente porque através das ações de redução da poluição, reutilização e reciclagem eles minimizam a destruição da natureza”. Ele criticou os municípios que adotam a incineração do lixo, pleiteou apoio às organizações de catadores e sugeriu o aproveitamento de prédios públicos desocupados ou abandonados como centrais para os catadores.

Isaura Conte do Movimento das Mulheres Camponesas criticou o agronegócio que, segundo ela, “possui uma dívida impagável com o planeta, gerada pelo desmatamento e pela utilização de agrotóxicos, eles esquecem que a natureza é de todos”. Isaura destacou que a Rio+20 deve se concretizar com os países cumprindo os itens acordados e criticou as alterações do novo Código Florestal. Ela concluiu dizendo que “o capitalismo verde não serve, quem destrói o planeta não pode vender créditos de carbono”.

Ronaldo Schäffer abordou a luta pela preservação do Morro Santa Tereza, representando a Associação dos Moradores do Morro. Ele relatou que em dezembro de 2009 começaram movimentos para a desocupação do Morro Santa Tereza e que o terreno seria vendido por preço muito abaixo do mercado, mesmo existindo uma área de proteção ambiental no local. Ele concluiu dizendo que a organização da sociedade barrou a venda do terreno da Fase e defendeu que a sociedade se organize para enfrentar a destruição capitalista.

Ronaldo Souza, do Movimento em Defesa do Parque Náutico e da Lagoa dos Quadros, fez uma explanação sobre as denúncias de irregularidades na construção dos loteamentos e condomínios horizontais no Litoral Norte. Ele salientou que “a transformação urbana dos espaços vai retirando da comunidade a vegetação natural e privatizando os espaços públicos”. Ronaldo observou que o plano diretor de Capão da Canoa é desrespeitado pelos condomínios.

Valdomiro Hoffmann, do Fórum de Pesca do Litoral Norte, trouxe relato do Movimento dos Pescadores Artesanais. Valdomiro disse que os pescadores artesanais são impedidos de trabalhar pelos empreendimentos que fecham o acesso às margens de lagoas, rios e mar.

Pela Organização da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, Daniele Barbosa discorreu sobre o uso de agrotóxicos, que violam o direito ao ambiente saudável. Ela observou que “o trabalho com agrotóxicos possibilita a ingestão acidental causando intoxicações nos trabalhadores, que consomem veneno diariamente sem conhecimento”. Segundo Daniele os lençóis freáticos estão contaminados e até mesmo o leite materno é afetado. Ela denunciou que não há fiscalização do uso de agrotóxicos e que existe uma dependência grande dos agricultores com as empresas produtoras.

O promotor de justiça do MPE, Rodrigo Schoeller de Moraes, questionou “o que quer a sociedade crescimento ou desenvolvimento? E a que custo?” Rodrigo fez um paralelo com o crescimento chinês, que se fortaleceu economicamente, mas de forma predadora e insustentável.

Mauri Cruz da Abong disse que na Eco92 houve a instituição da Agenda 21, da preocupação com o aquecimento global e do consumo desenfreado. Ele salientou que as políticas atuais “são de crescimento sob o ponto de vista econômico, medido pelo aumento do consumo, e não pela qualidade de vida”. Mauri propôs o reconhecimento da riqueza dentro dos modelos de vida dos povos tradicionais, e não pelo acúmulo de capital. Disse que a economia verde é uma forma dissimulada de realimentar o insustentável modelo capitalista, e que o mundo deve modificar radicalmente seu padrão de consumo.

Arlete Pasqualetto, da Fundação Zoobotânica, informou que o governo estadual está criando uma lei de resíduos sólidos com base na lei federal e que a FZB busca projetos para aplicar na prática o conceito de desenvolvimento sustentável. Falou que está em análise a criação de indenização por preservação ambiental, abordou o Bioma Pampa e os desertos verdes, e também a busca pelo regramento da silvicultura, evitando uma conversão do bioma.

Encaminhamentos

Ao final da audiência pública, a deputada Marisa Formolo definiu os seguintes encaminhamentos: 1) Criação de um comitê organizador para as ações da Rio +20, formado pelas instâncias de Estado, a Famurs, MPE, Apedema, entidades da sociedade civil organizada e as instituições presentes que desejassem participar; 2) O Comitê se integraria à Organização do FSM, para levar as questões debatidas na audiência pública à pauta de discussões do Fórum; 3) A proposta também será levada ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social para estudo; 4) Levar a discussão da Emenda 164 do novo Código Florestal Brasileiro ao FSM; 5) Em relação ao Código Brasileiro de Mineração, a criação de uma figura similar a do agricultor familiar para os pequenos basalteiros; 6) Moção contrária à aprovação da Emenda 164 do Novo Código Florestal, mantendo-se a diferenciação entre agronegócio e agricultura familiar.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Audiência pública preparatória para a Rio+20

          
Nesta segunda-feira, 21, a Comissão de Saúde e Meio, presidida pela deputada Marisa Formolo, realizou audiência pública preparatória para a Rio+20. Eis o pronunciamento do Irmão Antônio Cechin, sobre os catadores:



Vivemos a era do lixo
Necessidade de políticas públicas

por Irmão Antônio Cechin*

Um professor e pesquisador da universidade de Campinas (UNICAMP) tem um artigo intitulado “O triunfo do lixo”.
Começa seu artigo afirmando “se a humanidade vive a era do conhecimento, vive também a era do lixo. Do ponto de vista da quantidade, a natureza movimenta, em seu ciclo normal, 50 bilhões de toneladas de materiais por ano. Os homens, por sua vez, movimentam 48 bilhões de toneladas-ano. Destes 50 bilhões, 30 bilhões são de lixo.
Naturalmente, o lixo é problema em todos os países do mundo. A humanidade está gerando cada vez mais lixo. O Brasil é um dos que mais sofrem com este problema. Na escala da humanidade, o Brasil ocupa, proporcionalmente à sua população, um dos primeiros lugares. Ele é um dos maiores geradores de lixo. Nossa população nacional equivale a 3,06 % do total mundial e seu produto interno bruto (PIB) corresponde a 3,5 % da riqueza global. Porém os brasileiros descartam 5,5 % do lixo do planeta.
Entre os anos de 1991 a 2000 – os últimos 10 do milênio – a população brasileira cresceu 15,6 %. No mesmo período, o país ampliou seus descartes em 40 %. Em 2009, o aumento da população foi da ordem de 1 %, porém a geração de rejeitos aumentou 6 %. O lixo cresce hoje, no Brasil, seis vezes mais que sua população. Trata-se de uma expansão perversa.
Face ao lixo nossos governos não agem. A sociedade não faz a sua parte e o cidadão individualmente não se movimenta. O resultado dessa combinação é dramático. A continuar assim, o lixo vai inviabilizar a sociedade humana. Se o primeiro dilúvio do mundo foi de água, vem aí o segundo, o do lixaredo, especialmente o dilúvio de plástico.
Os únicos que tem trabalhado em favor da sociedade são os catadores de lixo, que em vez de serem parabenizados, são discriminados e maltratados tanto pelas elites quanto pelo poder público.
Para se ter uma idéia, dos resíduos secos gerados no país, 13 % são recuperados. Destes, 98 % são coletados pelos catadores e apenas 2 % pelos programas de Coleta Seletiva de Lixo. Em 2010, pasmem, dos 5.565 municípios brasileiros, somente 142, ou 2,5 % do total, mantinham algum tipo de parceria com esses trabalhadores da catação. Eles são os grandes heróis nacionais do meio ambiente, uns autênticos PROFETAS DA ECOLOGIA, fazendo sua pregação concreta em ruas e praças de nossas cidades.
O problema do lixo é complexo. Envolve absolutamente todas as pessoas do mundo e todas as instituições possíveis e imagináveis. Tarefas inadiáveis se impõem. Deter-nos-emos nas três consideradas clássicas: 1) REDUZIR a quantidade de lixo; 2) REUTILIZAR tudo o que for possível que rola no lixo; 3) RECICLAR. São os famosos 3 R: reduzir, reutilizar e reciclar.
Em questão de RESÍDUOS SÓLIDOS, como já dissemos, o CARA é o CATADOR. Ele é o Herói, o Profeta da Ecologia e o Médico do Planeta. É o cidadão 3 erres!... De pária da civilização urbana, de mendigo, de faminto na maioria das vezes vítima de êxodo rural, acuado pela fome, começou a vasculhar lixeiras em busca de restos de comida e aos poucos deparou com algo mais. Constatou que jogadas fora estão coisas que tem valores, que ainda servem para alguma coisa. Mudou a própria definição daquilo que se designava pela palavra lixo a ser descartado absolutamente. Grudou-se às lixeiras em vez de roubar ou assaltar. Recusou-se a mendigar um pedaço de pão junto ás portas das casas. Diferentemente do normal dentro do capitalismo, sem capital nenhum, com investimento zero, arranjou seu próprio emprego: o de catador, profissão ainda não regulada. O catador é um sobrevivente graças ao lixo. Auto-erigiu-se à categoria de cidadão, virou caminhante por ruas e vielas das cidades. Perambula teimosamente decidido a não se transformar em mais um consumista e produtor em excesso de descartáveis. Quando ORGANIZADO em coletivos de trabalho pode ajudar em transformar simples coletivos em Comunidades Ecológicas de Base, Ecumênicas de Base e até Eclesiais de Base. Desencadeia todo um processo produtivo capaz de ir ao encontro de verdadeira cordilheira dos Andes formada de montanhas de lixo. Ele já recolhe atualmente, no Brasil 92 por cento de todo o lixo destinado à reciclagem contra apenas 6 % do recolhido por toda a máquina da tão decantada parafernália dos governos municipais. Como se poderia negar-lhe o epíteto de SENHOR REDUTOR por excelência de Lixo? Isso naturalmente se fosse instituído um prêmio em favor de quem trabalha duro como na parábola do beija-flor que com seu biquinho sua em bicas para extinguir florestas assoladas por incêndio. Através da TRIAGEM, com suas mãos movidas diretamente a energia solar, é o profissional da despoluição planetária. Foi o primeiro a trilhar, no Brasil, o CAMINHO DO SOL que é fonte única de todas as energias limpas ou suaves do planeta TERRA.
Andamos necessitados, no trabalho com catadores, de POLÍTICAS PÚBLICAS, em primeiro lugar a fim de que todos os que produzem lixo, sem exceção de espécie alguma, colaborem com os catadores no sentido de diminuir a produção de descartáveis.
Quando a sociedade humana era quase totalmente rural não existia lixo. No campo não existe lixo.
Hoje infelizmente, não existe mais a roça ou o campo. Tudo no planeta é urbano ou no mínimo rur-urbano principalmente por causa das EMBALAGENS que invadiram absolutamente todas as regiões. Sem embalagens, o consumismo nas compras praticamente não existiria.
Leis devem obrigar a todo cidadão a separar lixo seco de lixo orgânico, num primeiro momento.
Num segundo momento, parte do lixo orgânico não deve sair para a rua para os containers como os que acabam de ser criados em Porto Alegre e que estão sendo incendiados.
Dou um exemplo: lá em casa, somos dois manos. Na sacada do apartamento temos uma caixa em que colocamos tudo o que é vegetal que antes era descartável. É o nosso minhocário. Trabalhando em periferias, havíamos feito uma experiência na cidade de Canoas. Pesquisando sobre as despesas relativas à alimentação dos operários, descobrimos que 70 % delas eram com vegetais como saladas e frutas extraídas da terra. Destinando o que é vegetal para o minhocário, além de produzir TERRA VIVA, diminuímos em 70 % nosso lixo residencial porque uma parte dele vai para a coleta seletiva e a outra para as minhocas. Nem é preciso ter uma sacada para a façanha. Uma gaveta de uma cômoda resolve admiravelmente o problema. Transformamos o problema lixo em solução para os catadores e ao mesmo tempo para as despesas da prefeitura que faz a coleta, porque só mandamos para a rua 30 % do que mandávamos antes.
Inteligente é a Lei dos Resíduos Sólidos do ex-presidente Lula que hoje deve ser a inspiradora de todas as políticas públicas em torno do assunto. Essa lei coloca nas mãos dos COLETIVOS de trabalho dos catadores, toda a cadeia produtiva de resíduos sólidos desde a coleta seletiva, passando pela triagem, a prensagem, o artesanato de sucata, a fabricação de novos objetos, a central de vendas, etc.
Existe na praça uma fantástica oferta mão de obra disposta a trabalhar em resíduos sólidos. Ela está espalhada por toda a cidade, desde as periferias até o centro. E dizer que só existem em Porto Alegre, 17 coletivos de trabalho atendendo, no máximo a uns 600 catadores. A maioria dos ditos galpões não obedece às mínimas condições para um trabalho digno. Em cada bairro, em cada comunidade, dever-se-ia ter o correspondente local de beneficiamento dos resíduos sólidos. Eles, os próprios catadores começando pela coleta em seu próprio bairro ou comunidade.
Imaginemos a mão feminina que significa 95 % da população catadora, com um carrinho criado pela Itaipu binacional em que a mulher não dispende nenhuma energia humana para movimentar, indo com este carrinho de porta em porta falando sempre com outra mulher que é dona de casa, dentro do princípio de que “mulher com mulher se entende” explicando a separação em lixo orgânico e lixo seco e passando diariamente nas mesmas casas para a coleta. Existiria no mundo outra melhor e mais perfeita educação ecológica do que esta feita pelas casas de boca a boca?
A REUTILIZAÇÃO dos materiais depois de separados se dá pela devolução de objetos em condições para isso, tais como garrafas de vidro, frascos em geral e outros tipos de objetos. Dá-se também através de artesanato bem montado junto a cada coletivo, como por exemplo a fabricação de sabão com resíduos de óleo de cozinha, fabricação de papel, trituração de plástico a partir de moinho caseiro, e mesmo outra etapa que é a fabricação de matéria prima plástica através de uma estrusora. Isso já havíamos conseguido 30 anos atrás em alguns dos galpões existentes na época. Se ao lado de Galpões de Catadores temos uma rede de unidades diversificadas em regime de economia solidária, tudo fica mais fácil.
A RECICLAGEM que unifica toda a cadeia produtiva em questão de resíduos sólidos através de coletivos necessita naturalmente de assessorias preparadas tecnicamente e pedagogicamente. Do contrário, a partir das relações de exploração que é o apanágio do sistema capitalista, os coletivos de trabalho tendem a imitar o modelo capitalista avassalador. Hoje o novo, a grande alternativa ao capitalismo, é o estabelecimento de relações interpessoais ricas entre os que trabalham em um mesmo galpão. É só com solidariedade e trabalho em mutirão, que gente pobre passa a se relacionar em sadia relação de colaboração, como autênticos irmãos à semelhança do que existiu no Brasil e que ainda continua a existir entre índios e quilombolas, modelos da economia solidária com que sonhamos.
Concluindo: o personagem-chave da solução do problema do lixo no Brasil, é o catador enquanto organizado em coletivos de trabalho, não descartando, porém o catador como trabalhador isolado buscando sustento para sua própria família. Como tal deve ter seu trabalho respeitado, dignificado e ser sujeito de políticas públicas que lhe forneçam as melhores e mais vantajosas condições de formação e trabalho.
As soluções que o sistema capitalista propõe e que passam por cima do trabalho e dos interesses dos catadores tem o vício de origem de serem apenas com intenções lucrativas e eminentemente anti-ecológicas como é por exemplo o caso das empresas incineradoras de lixo, mesmo as produtoras de energia. Através da incineração acaba-se com qualquer resquício de vida nas cinzas. Isso fere o princípio de toda a verdadeira ecologia: “tudo o que vive merece viver”. Em materiais orgânicos produzidos pela natureza, mesmo nos descartados, sempre restam milhões de células vivas. Se devolvemos nem que seja apenas uma célula viva à Mãe Terra, a natureza agradece. Além disso, queimando milhares de toneladas de lixo, uma incineradora acaba tornando inviáveis milhares de empregos para catadores. É toda uma mão de obra que voluntariamente se apresenta para o novo de uma economia solidária, alternativa ideal para a economia capitalista de classes irreconciliáveis porque estabelece sempre relações de exploração.
Meus amigos e minhas amigas:
Oxalá se abram alas aos atuais PROFETAS DA ECOLOGIA: catadores carrinheiros através de ruas e praças e catadores galponistas organizados em coletivos de trabalho! Os catadores do Brasil, conforme estimativa somando em torno de um milhão e quinhentos mil, pedem passagem!

*Antônio Cechin nasceu em Santa Maria/RS, no dia 17 de junho de 1927 e é Irmão Marista, miltante dos movimentos sociais, fundador da CPT RS, Pastoral da Ecologia e da ONG Caminho das Águas e autor do livro Empoderamento Popular. Uma pedagogia de libertação. Porto Alegre: Estef, 2010.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Audiência pública preparatória para a Rio+20

Nesta segunda-feira, 21, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente realiza audiência pública preparatória para a Rio+20. O debate acontece a partir das 14 horas no Plenarinho, 3º andar da Assembléia, e prevê o relato da situação ambiental de diferentes áreas, como a construção de condomínios fechados no entorno das lagoas do litoral norte, os desertos verdes no Pampa com a plantação de eucaliptos, a utilização de agrotóxicos e a agroecologia, a luta pela preservação do morro Santa Tereza, entre outros. Confirmadas as presenças da Secretária Estadual do Meio Ambiente, Jussara Cony, a presidente da Fundação Zoobotânica, Arlete Ieda Pasqualetto, outras autoridades e movimentos sociais. A Comissão de Saúde quer sistematizar as propostas para apresentar em documento durante a Conferência.
A deputada Marisa Formolo, presidente da Comissão, destacou que “uma boa proposta para a Rio+20 inclui a mudança na cultura do consumo obsessivo, a produção de forma cada vez mais ecológica, a utilização de fontes energéticas não poluentes e uma arquitetura social mais fraterna, de compartilhamento do mundo”.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O triunfo do lixo?



Embora população brasileira seja equivalente a 3,06% do total mundial e seu Produto Interno Bruto (PIB) corresponda a 3,5% da riqueza global, os brasileiros descartam 5,5% dos resíduos planetários. O comentário é do geógrafo e sociólogo Maurício Waldman, autor, entre outros, do livro Lixo: Cenários e Desafios (Cortez, 2011).
A reportagem é de Manuel Alves Filho e publicado pelo jornal da Unicamp, 31 de outubro a 6 de novembro de 2011 e também está publicada no IHU On-line, de 01/11/11.

Se a humanidade vive a era do conhecimento, vive igualmente a era do lixo. Do ponto de vista quantitativo, a natureza movimenta, em seu ciclo normal, 50 bilhões de toneladas de materiais por ano. Os homens, por seu turno, movimentam 48 bilhões de toneladas no mesmo período, sendo que 30 bilhões são de resíduos. “Isso é muito mais do que o ambiente pode suportar”, sentencia o geógrafo e sociólogo Maurício Waldman, especialista no tema. Ele é o autor, entre outros, do livro Lixo: Cenários e Desafios, indicado como um dos dez finalistas do Prêmio Jabuti 2011 na categoria Ciências Naturais. A obra é resultado da pesquisa de pós-doutoramento de Waldman, desenvolvida no Departamento de Geografia do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp, sob a orientação do professor Antonio Carlos Vitte e com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq).
Clique AQUI (cptdors.blogspot.com) para ler toda reportagem...

Eduardo Galeano - Mundo al Revés