Encontro com a comunidade Quilombola de Rincão dos Negros-Rio Pardo-RS |
Por Maurício Queiroz*
Aconteceu de 3 a 7 de fevereiro de 2012 a 5ª”Bicicletada”, “Jovens Percorrendo os Caminhos de São Sepé Tiarajú saindo de Rio Pardo e indo em direção à São Gabriel-RS.
Este ano, ao contrario dos anteriores, a “Bicicletada”não percorreu toda a quilometragem de mais de 220km. Aconteceu com atos nas cidades de: Rio Pardo, São Sepé, Caçapava do Sul e São Gabriel. Ao todo mais de 25 jovens fizeram cerca de 100km de bicicleta nestes atos realizados nas cidades que citamos acima.
Em Rio Pardo, teve início nas margens da Rodovia BR 471 entre Pântano Grande e Rio Pardo, em uma fonte na beira da rodovia que secou devido a monocultura de eucalipto dos latifúndios próximos, com reflexão sobre o meio ambiente e as injustiças sociais. Depois seguiram até Rio Pardo distante 16,4 km, onde almoçaram na Casa Jesus Maria José e ficaram hospedados, neste local também foi realizado formação com os jovens.
A tarde realizaram ato no Forte Jesus Maria José local onde os Portugueses prenderam o índio Sepé. Lá os jovens da “Bicicletada” receberam cerca de 500 jovens do Levante Popular da Juventude de todo o Brasil. Houve uma forte reflexão sobre a luta dos povos indígenas feita pelo Irmão Antônio Cechin que abordou questões históricas e atuais da luta.
A juventude do Levante junto com os jovens da Bicicletada em Rio Pardo no Forte Jesus Maria José em Rio Pardo-RS |
No dia 5 foram de ônibus até São Sepé onde realizaram atos locais e seguiram em direção à São Gabriel, local onde Sepé Tiarajú foi morto no dia 07 de fevereiro de 1756 pelos exércitos de Espanha e Portugal que armaram emboscada e no dia 10 de fevereiro de 1756 mais de 1500 guaranis foram assassinados pelos dois exércitos. Dias 6 e 7 os jovens participaram do encontro dos Guaranis que estavam em mais de 500 acampados no parque do município discutindo a sua luta.
Creio que relatei os pontos mais importantes do roteiro, mas queria ainda dizer que o objetivo da “Bicicletada”é Unir jovens da roça e das periferias urbanas, indígenas e quilombolas e demais culturas em uma atividade física que é bom para o corpo e a mente, em uma atividade que trás reflexão sobre o meio ambiente, fé e também sobre a luta dos povos gerando consciência social e compromisso com estas causas.
Ande de bicicleta. Faça atividade física. Preserve a natureza. Se comprometa com a vida. Entre na luta social por um mundo melhor.
*Maurício Queiroz é Técnico Agrícola, estudante de Biologia, agente da CPT na Diocese de Santa Cruz do Sul e membro da coordenação colegiada da CPT-RS.
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