Por Raíssa Genro - EcoAgência
“Dossiê sobre o Processo de Implantação da Silvicultura no RS (2004-2009)”, de autoria de Maria da Conceição de Araújo Carrion é o tema da Terça Ecológica de dezembro, que acontece neste dia 07, às 18h30min na Fabico/UFRGS, em Porto Alegre. A pesquisa da ambientalista reunida em seis volumes se constitui de matérias de jornais, revistas, sites da internet, documentos oficiais, dentre outros materiais, que retratam os acontecimentos no período e a cobertura que receberam. A luta da sociedade civil organizada e, em especial a das entidades ambientalistas, revelam o saber e a resistência à tentativa de imposição de um consenso. Juntamente com os depoimentos que serão dados no dia 07, será possível confirmar que o ambientalismo gaúcho está muito vivo, o contrário do que se pretendeu comprovar em notícias veiculadas na semana seguinte após a aprovação do ZAS em abril de 2008.
Os depoimentos serão dados pelos membros da CT da Biodiversidade do Consema no período da pesquisa: Ludwig Buckup, professor do Instituto de Biociências da UFRGS, membro da ONG Igré; Paulo Brack, biólogo, doutor em Ecologia, professor da UFRGS, representante da ONG Ingá; biólogo Glayson Bencke; engenheira florestal Silvia Pagel, e cientista social Rodrigo Venzon, membro da ONG Mira-serra.
Contexto
A atividade da silvicultura – plantação de espécies exóticas como pinus, eucalipto e acácia - é antiga no Estado. Porém, a sua crescente expansão e o incentivo governamental são recentes. Pesquisas alertam para o impacto do eucalipto, que retém uma grande quantidade de água, inviabilizando outros cultivos em regiões próximas e o aumento no preço da terra, em muitos casos compradas ou arrendadas pelas empresas florestais para este cultivo. O governo do Rio Grande do Sul, visando regular a atividade, aprovou em nove de abril de 2008 o Zoneamento Ambiental da Silvicultura (ZAS). O texto aprovado distorce as diversas discussões das câmaras técnicas e os pareceres apresentados, de forma a retirar quase todas as restrições e limites objetivos como os índices de vulnerabilidade por Unidade de Paisagem (UPN), o percentual de ocupação das UPN’s além do tamanho e distância entre os maciços, questões que eram o principal ponto da proposta inicial apresentada ao Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema). Em 2009, houve um ajuste no ZAS que vigora atualmente, porém, ainda não atende as demandas socioambientais segundo os ambientalistas.
O período compreendido entre as discussões sobre o ZAS pela Câmara Técnica de Biodiversidade e Políticas Florestais do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) e sua aprovação é o objeto de análise da militante pelas questões socioambientais há mais de 30 anos e professora da UFRGS aposentada, Maria da Conceição de Araújo Carrion. “Trabalho com a questão da monocultura desde 2004. Quando surgiu a notícia de implantação da monocultura no Pampa, o grupo se voltou a este tema, que provocou diversas mudanças e impactos no Bioma”, adianta Conceição.
A Terça Ecológica é uma promoção do Núcleo de Ecojornalistas do RS e conta com a parceria nesta realização do Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente, o MODGeMA. O patrocínio é da loja Grão Natural, da Petrobras e do Governo Federal. O apoio é da Faculdade de Comunicação e Informação da UFRGS.
SERVIÇO:
O que: Terça Ecológica
Tema: Dossiê de sobre o Processo de Implantação da Silvicultura no RS (2004-2009)
Quando: 07 de dezembro às 18h30min
Palestrante: Maria da Conceição de Araújo Carrion e depoimentos de outros membros da CT Biodiversidade do Consema no período
Local: Faculdade de Comunicação e Informação da UFRGS (Fabico), na rua Ramiro Barcelos 2705, Porto Alegre
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